domingo, 24 de janeiro de 2010

Poema- Coração

Calor de Janeiro,
na açafroeira,
dando ao chão negro
a semente da flor.

Luz sem coleira
queimando solta
céus, dálias, trevos,
frutos verdes.

Ânfora dos estio
plena de folhas
em talos vergados
que o inverno rejeita.

Casa do sangue
onde se ocultam,
em vidro ou louça,
remorsos de rosas
vermelhas.

Às vezes
só, às vezes
sozinho, ele é
um poço de gelo
esperando na sombra
que o sol chegue
e o queime.

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